Dia 12 de junho de 1993,
uma data histórica que a torcida do Palmeiras levará
consigo até o último dia de vida. Tanto que milhares de
Palmeirenses consideram esta data como um dos dias mais
felizes de suas vidas. E não é para menos - Sociedade
Esportiva Palmeiras, Campeã Paulista de 1993.
O Palmeiras entrava em
campo naquela tarde acinzentada de 12 de Junho, contra o
arqui-rival, Corinthians. A angústia da torcida perante
aos 16 anos de fila que o Palmeiras acumulava, era talvez
o estopim daquela massa alviverde que lotou todas as
dependências do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o
Morumbi.
Mais de 104 mil
espectadores, para aquela partida que o Corinthians, por
talvez ter vencido o primeiro jogo por 1 a 0, era
favorito. O Palmeiras tinha uma dura batalha de ganhar o
jogo no tempo normal e suportar mais 30 minutos na
prorrogação - o regulamento era cruel para quem tinha
feito a melhor campanha no campeonato.
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A coragem daqueles
torcedores que empurravam o time era enorme. E
precisamente aos 36 minutos do primeiro tempo Zinho
abre a contagem – Palmeiras sai na frente. Jogo
disputado, início de segundo tempo, Edmundo sai na frente
de Ronaldo tentando avançar em direção ao gol, mas
Ronaldo o derruba e é expulso. Após a expulsão do
goleiro, estranhamente o juiz José Aparecido de Oliveira
expulsa o zagueiro Tonhão do Palmeiras – uma expulsão
muito injusta.
Passado a turbulência do
início de segundo tempo, aos 28 minutos, sempre ele, Evair
deixa o seu – ele que havia sido o melhor jogador do
campeonato -, aumentando o placar para 2 a 0. O Palmeiras
tinha domínio de jogo, Edílson era infernal junto com
Edmundo, que não deixou o seu. Mas, após um chute
consciente de Evair que infelizmente bateu na trave, Edílson,
pegando o rebote aos 38 minutos sacramentava
a vitória alviverde no tempo normal.
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Passado também a vitória,
o Palmeiras tinha a árdua batalha de enfrentar o cansaço
e a pressão psicológica e derrotar mais uma vez o
Corinthians, só que desta vez na prorrogação. Ezequiel
do time do outro parque foi expulso, deixando-os com oito
jogadores em campo. Evair
só tinha o trabalho de rolar para redes, e nessa matéria
ele era nota 10. “Sempre o Sampaio vinha e falava uma
frase no meu ouvido. Neste pênalti foi estranho, porque
ele demorou para vir. Eu pegava distância, olhava para os
lados e ele não aparecia. Mas ele veio e disse: ‘vai em
nome de Jesus’.
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Naquele momento, parecia que eu não
tocava o chão. Parecia que eu estava flutuando. Bati
aquele pênalti, foi o gol mais importante da minha
carreira e eu não imaginava a importância daquele chute.
Os torcedores palmeirenses estavam de mãos dadas nas
arquibancadas e aquele foi um momento muito gostoso.”,
Evair, em entrevista para a Gazeta Esportiva.
O apito trilou o fim da
partida e a explosão foi em proporções mundiais, o
Brasil e os Palmeirenses pelo resto do mundo comemoravam
aquele título que foi um dos bonitos da história. O
Palmeiras saia de uma longa fila de 16 anos de espera para
voltar gritar “é campeão!” comemorava o seu 19º título
Paulista e não poderia ter sido melhor - o famoso Dia dos
Namorados mais feliz da história dos Palmeirenses. O
alviverde se sagrava campeão com uma campanha no mínimo
invejável – foram precisamente 38 jogos - 26 vitórias,
6 empates, 6 derrotas - 72 gols pró, 30 gols contra.
Palmeiras 4x0
Corinthians
Palmeiras - Sérgio;
Mazinho, Antônio Carlos, Tonhão e Roberto Carlos; César
Sampaio, Daniel, Edílson (Jean Carlo) e Zinho; Edmundo e
Evair (Alexandre Rosa). Técnico: Wanderley Luxemburgo.
Corinthians - Ronaldo; Leandro, Marcelo, Henrique e
Ricardo; Ezequiel, Marcelinho, Paulo Sérgio e Adil (Tupãzinho,
depois Wilson); Viola e Neto. Técnico: Nelsinho Batista.
Local - Morumbi
Data - 12/06/93
Árbitro - José Aparecido de Oliveira
Renda - Cr$ 18.154.900.000,00
Público - 104.401 pagantes
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