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O Palmeiras Todo Dia conversou na segunda-feira, dia 12 de junho, com o radialista Domenico Gatto, grande palmeirense, que possui uma das maiores vozes do rádio, televisão e, atualmente, entre as mais ouvidas no cenário nacional. Ele que juntamente com outros torcedores de clubes paulistas fanáticos, fazem um programa de futebol chamado Estádio 97, na rádio Energia 97, em São Paulo.

Confira as fotos tiradas no dia da entrevista


PTD - É de uma grande satisfação estar falando com você, Domenico. Bom, primeiramente, o Palmeiras Todo Dia gostaria de saber um pouco mais sobre a sua trajetória no rádio e atualmente na televisão.

Domenico -
Em outubro agora vou completar 20 anos de rádio. Se for falar de tudo, vai acabar a fita e ainda vai ter história... Mas rapidamente resumindo, eu comecei em 1986 na Rádio Bandeirantes de Araraquara, depois eu vim para São Paulo já em 87 para a rádio Bandeirantes de São Paulo, que hoje é a Band FM. Depois, voltei pro interior. Trabalhei na Rádio Bandeirantes de São José dos Campos, Rádio Educadora de Campinas, Rádio Metropolitana de São Paulo, Rádio Tribuna de Santos, Rádio Transamérica, Rádio Nativa, Rádio Jovem Pan... E aqui hoje na Rádio Energia 97, que estou desde 1999.

PTD - E de onde veio toda essa Paixão Palmeirense, que você tanto defende no Estádio 97?

Domenico -
Desde que eu me conheço eu sou palmeirense. Meu pai é palmeirense. Ele conta umas histórias engraçadas, diz ele que quando eu era bem pequeno, cerca de um ano, quando passavam os jogos na televisão, nos jogos do São Paulo, Santos, Corinthians, eu levantava a cabeça, olhava, e depois abaixava de novo. Mas, quando era o Palmeiras que jogava, eu ficava vidrado. Aí meu pai disse - esse moleque vai ser palmeirense que nem eu. E não deu outra, acabei sendo mesmo. E engraçado que era difícil naquela época, porque o Palmeiras já amargava uma fila de títulos grande. Muita gente hoje me manda e-mail e diz que vai desistir de torcer pro Palmeiras, e eu respondo o seguinte: Olha, a maior fila que o Palmeiras teve eu peguei, que foi de 1976 até 1993. E, nas escolas, a maioria sempre foi corintiano, e hoje essa maioria está acabando a vir torcer por São Paulo, até porque eles estão arrebanhando títulos, e ta virando moda isso. Se essa diretoria do Palmeiras que é incompetente, não fizer nada, a torcida do Palmeiras vai diminuir, então é por aí.

PTD - Você poderia fazer uma breve descrição do atual momento do Palmeiras?

Domenico -
Tá complicado a situação do Palmeiras. No momento eu acreditei que quando mudasse o presidente a coisa poderia melhorar. Mudou-se o presidente e veio um outro que era comparsa dele, que era amigão do outro lá – o qual não gosto de falar o nome -, porque para mim o outro foi o responsável por tudo isso que a gente ta passando, que não quis gastar, não quis investir... A princípio a gente até achava que ele estava investindo bem. Trouxe o Juninho Paulista que foi pentacampeão, o Marcinho que era muito cobiçado, o Gamarra que é um espetacular jogador. Mas trouxe depois umas porcarias. Enílton... Alguns jogadores que não dá nem pra discutir. A maioria desses jogadores que eles trouxeram está em final de carreira, então é complicado você analisar. Eu acho que falta diretores profissionais, eu sempre defendo a tese de o Palmeiras ser o “Palmeiras S.A”, como empresa, separado do Palmeiras Clube. Esses caras que estão aí são bons para cuidar do clube, mas não para tomar conta do futebol. Tem que trazer gente que conheça futebol, diretores que são profissionais, e que ganhem para isso. Não adianta trazer gente amadora. O Palmeiras passa por uma fase muito complicada, você tem dirigentes que são omissos, diretores que só querem o poder, pessoas que só querem a carteirinha para falar que tem poder. E, estes, não querem saber o que está acontecendo com o Palmeiras. Eles não enxergam que o Palmeiras está indo para o buraco. Se o Palmeiras não começar a ganhar títulos, vai perder associados e torcida, e eles, diretores, não vão ter mais nada daqui pra frente com relação a isso.

PTD - Recentemente, o professor Luiz Gonzaga Belluzzo foi ao Estádio 97 e num bate papo muito franco, analisou e explicou algumas situações pro torcedor palmeirense em geral, dentre elas, a possível parceria. Você acha que uma parceria seria a solução imediata do Palmeiras, ou é preciso profissionalizar o Departamento de Futebol?

Domenico -
Eu sempre fui muito a favor de parceria. Aquela que nós tivemos, não era parceria, era uma co-gestão. Parceria é essa do Corinthians. Só que essa parceria eu sempre fui contra, eles venderam o clube. Acho que parceria é aquela que os dois ganham, você investe no clube, mas vai ter algo em troca, inclusive para o clube. Se você conseguir conciliar essas duas coisas, é uma boa parceria. A parceria tem que ser boa para ambos lados, não só bom para os investidores. Eu conversei com o Belluzzo, e parece que essa parceria pode ser boa, só não sei no que eles vão ganhar. Isso não ficou muito esclarecido. Mas o Belluzzo é um cara sensacional, inteligente, é um economista do mais alto padrão. Então, se for ele que estiver por trás, eu daria meu voto de confiança para trazer essa parceria. A curto prazo, a parceria será necessária, porque senão corre o sério risco de cair para a Segunda Divisão novamente. E eu não sei se caso o Palmeiras caia de novo, se o torcedor vai acompanhar como fez em 2003. O torcedor no geral acredita até um certo momento. Se o torcedor vai e recebe algo em troca, ele sempre irá ao campo. Mas se ele vai sempre, acompanha e a diretoria nada faz, e deixa o time na zona de rebaixamento, a torcida começa a ficar descrente. O futuro do Palmeiras é negro, tenho muito medo. A curto e a médio prazo, teria que vir uma parceria mesmo.

PTD - O momento político do Palmeiras também é muito delicado. Você acha que o embate político mesmo sendo pelos bastidores, prejudica a equipe dentro de campo?

Domenico -
Eu acho que sim. O jogador não consegue trabalhar se há guerra política. Não é no campo, mas do diretor, isso acaba passando pelo treinador, o treinador, ele passa pro elenco. O Palmeiras passou pela mesma situação no ano de 2002, o time no papel não era ruim, mas caiu. Falaram que faltavam dez rodadas, três, duas, uma... Precisava ganhar a última e não ganhou. Então esse negócio de falar que falar que falta muito jogo me preocupa. Porque o elenco fica preocupado, é uma pressão muito grande. Se você não trouxer uma diretoria nova, trazer quatro jogadores que resolvam a situação, o Palmeiras vai ter um futuro complicado.

PTD - Qual a sua avaliação da gestão passada?

Domenico -
Mesma coisa. Eu pensei que tinha mudado. Quando o Della Monica assumiu, eu disse que agora o Palmeiras iria para frente. Mas não basta apenas gostar de futebol, é preciso conhecer de futebol. E não adiantou nada mandar Leão embora, um pouco antes, mandar Estevam Soares, Jair Picerni... O problema do Palmeiras não é treinador. O erro vem de cima pra baixo. Um caso administrativo.

PTD - Sem papas na língua, você às vezes comenta que “não adianta ficar mandando cartas para cá, não (Rádio Energia), que vou continuar a falar tudo o que acho”. A quem você se refere?

Domenico -
A diretoria do Palmeiras. Eles agora pediram um programa que eu tinha dito algo que poderia dar processo. Então, eu e o Benjamin (do Estádio 97) falamos que se eles quisessem, precisariam mandar uma carta pedindo a fita com aval de pessoas dos meios jurídicos. Não é assim, eles vão pedir e a gente vai mandar... não. E toda hora eles mandam carta pra gente. Eu até brinco com o pessoal, isso aqui parece o Correio (risos).

Aquele outro presidente anterior me mandou sete cartas, falando que iria me processar, iria fazer uma série de coisas. Eu vou dizer uma coisa, eu não tenho medo disso. Vou falar tudo que acho, e isso é coisa de torcedor. Só que eu não falo nada que eu não tenha algum documento, não falo nada sem provas. Isso não faz parte do rádio. O nosso programa é um local de futebol e humor, de tirar sarro... Não irei chegar aqui e falar que alguém roubou, jamais irei falar isso. Nós da rádio recebemos uma quantidade de histórias muito grande e a gente não pode falar. Até falo para o informante que não posso falar o que ele está me passando porque não tenho provas. Graças a Deus nunca tive nenhum tipo de processo, porque nós temos consciência de tudo que fazemos aqui na rádio.

PTD - Cite um jogo, alguma vitória, alguma situação marcante da Sociedade Esportiva Palmeiras em sua vida.

Domenico -
Desde que eu me conheço por torcedor, as primeiras alegrias que tive foram de 1993 para cá. Então, a primeira grande alegria foi aquele título paulista. 12 de junho, e olha só, hoje está fazendo 13 anos daquele título, por coincidência. Eu detesto o Corinthians. Então quando tem um título daquele é muito gratificante. O pessoal fala que o Corinthians é rival e o São Paulo inimigo. Eu nunca tive muita raiva do São Paulo. Para mim, é a mesma coisa de jogar com um Americano, Botafogo, Flamengo... O meu inimigo mesmo é o Corinthians. Mas voltando, a conquista que realmente me marcou foi em 1999, a Libertadores. Em 2000, eliminamos o Corinthians, apesar de não ter ganhado o título depois, foi muito marcante. Nós tiramos da boca deles um título que eles querem muito. Aquilo foi sensacional.

PTD - Se fosse possível reunir um time histórico de jogadores que já passaram pelo Palmeiras e um técnico, quem você citaria?

Domenico -
O técnico é o Felipão. Igual a ele será muito difícil ter um dia. Outro foi o Luxemburgo, mas a última passagem dele não foi muito boa. Quando ele abandonou o time, não foi muito legal, apagou um pouco a história dele. Mas o Felipão é o cara. Agora o time eu diria: Leão ou Marcos no gol; Cafu ou Arce, qualquer um dos dois; Antonio Carlos e Cléber, que foi a época que mais me marcou. Citaria o Luís Pereira, e deixaria o Cléber na reserva; na lateral esquerda, dois. Roberto Carlos titular, e o Júnior reserva; No meio campo temos uma infinidade de jogadores... Ademir da Guia, César Sampaio, Djalminha, Rivaldo, Alex; e no ataque, Edmundo e Evair foram excepcionais. Mas o Paulo Nunes também foi ótimo, aquelas coreografias nos gols eram sensacionais, o Oséias, marcou gols importantes, esse seria o time.

PTD - Quem são seus ídolos?

Domenico -
O Marcos. Por tudo que ele representou e representa. E por tudo que ele é fora do futebol também. Um ótimo caráter. Existem jogadores que dentro das quatro linhas são ótimos, mas fora delas é complicado. Mas o Marcão prova a cada dia que fora do campo é um sensacional caráter. E porque não dizer também amigo, às vezes a gente se fala... Por essas e outras eu digo que o Marcos é meu ídolo.

PTD - Falando um pouco de futebol em geral, como vê o Brasil nesta Copa do Mundo?

Domenico -
Tem todas as chances de ganhar, mas o que me preocupa é o Parreira. Porque ele é um técnico muito pragmático, ele tira, por exemplo, o Cafu, e coloca o Cicinho. Ele não muda um esquema tático. Falam muito do quadrado mágico, o Parreira não faz uma alteração e deixa um triangulo mágico, exemplo. Ele não tira o Ronaldo e coloca o Juninho Pernambucano para jogar com o Kaká. Talvez, o Brasil precise dessas alterações táticas no meio do jogo durante a competição, e isso é preocupante. Mas se formos analisar seleção por seleção, a do Brasil ganha de todas sem dúvida nenhuma. O complicado da Copa do Mundo é que das oitavas para frente, é um único jogo. Caso o Brasil esteja em um dia ruim, não tem jeito, voltamos para casa. Fora isso, acho que o Brasil tem toda chance de trazer o Hexa.

PTD - Ficou decepcionado com a não convocação do Marcos para a Copa?

Domenico -
Fiquei. E é culpa total do departamento médico do Palmeiras. Hoje, eles apresentam aparelhos e dizem que é o melhor. Mas porque isso não veio bem antes? Se o Marcos não está na Copa, é culpa apenas da direção e da parte médica do Palmeiras. Não dos médicos, mas da parte estrutural.

PTD - Não podemos deixar de perguntar sobre o escândalo da Máfia do Apito no ano passado. Por parte de alguns jornalistas, estes assunto já são águas passadas... O que você achou de tudo aquilo?

Domenico -
Lamentável! Uma das coisas mais grotescas e escandalosas da história do futebol. Eu sempre fui a favor de que parassem o campeonato e não tivesse um campeão. Quando você tem onze jogos onde o juiz pode ter interferido ou não, você não pode acreditar no cara. Então eu era a favor que não existisse campeão. Mas isso é uma coisa impossível, ainda mais no Brasil, na Europa talvez. O pensamento é muito grande pelo dinheiro. Eles não querem saber se tem roubo ou não. Para eles foi melhor anular e fazer outras onze partidas, aonde esses jogos deram o título para o Corinthians. Pode falar que não teve culpa, como agremiação, mas eles foram os grandes beneficiados. Foi lamentável... E eu tenho muito medo com relação aos jogos que possam a acontecer, não acredito mais em juiz. Não sei até que ponto para eles é legal que o Palmeiras esteja nessa situação, porque na outra vez que caiu, o Palmeiras foi muito prejudicado. Um exemplo naquele jogo contra o Santos, na Vila Belmiro, a bola que entrou na cobrança de falta. Dois pontos tirados que fizeram falta no final. E também eu era muito contra a idéia de um turno único e oito finalistas. Acho muito injusta essa fórmula. Você não tem jogo de volta pra tentar se recuperar. Sempre fui a favor dos pontos corridos. O clube que mais investe é o premiado. Mas lamentável esse negócio do juiz, eu não sei se não existe mais isso, se ainda existe...

PTD - A lei Pelé não deixou que os jogadores ficassem supostamente reféns dos clubes. Com isso, os empresários começaram a participar mais efetivamente do futebol, auxiliando os jogadores. O que acha da lei Pelé e dos empresários? O Caso Ilsinho é um exemplo...

Domenico -
É verdade. A lei Pelé premiou o jogador e ao mesmo tempo acabou punindo o clube que desde pequeno dá estrutura ao jogador. E quando você acaba subindo o jogador do time de base para o profissional, acaba perdendo o atleta. Eu sou contra a lei Pelé. O jogador fica com tudo pra ele, fica limpo, se livra do time. Por outro lado, é uma coisa que já existe há alguns anos e os clubes deveriam a olhar isso melhor. Uma vez entrou aqui o Wagner Ribeiro, empresário, pra conversar até a respeito sobre o caso do Ilsinho e muita gente desce o pau no nele, Wagner, e nos empresários em geral. Mas porque que o clube não paga algumas pessoas como Wagner Ribeiro, para ficar olhando e pegar o jogador pra assinar um contrato com o clube. Você contrata esse “olheiro”, mas é um empresário do clube e não de jogador. Você paga pra ele um dinheiro, mas ele é do clube. Então, os clubes deveriam olhar isso com mais atenção, pra não ter esse problema mais tarde.

PTD - Estamos sabendo que você será pai. Se depender do pai o filho será palmeirense. Porém, você acha que hoje as crianças estão ainda escolhendo torcer pelo Palmeiras por si próprias?

Domenico -
É verdade, e será filha. Eu sou um cara muito democrático, irei fazer igual meu pai fez. Mas eu sou um cara tão fanático, que acho difícil não torcer, acabo influenciando as pessoas. Minha esposa nunca gostou de futebol, mas dizia que torcia pro Corinthians. Hoje, ela torce pro Palmeiras por causa de mim. Agora, eu temo muito é o futuro dos torcedores do Palmeiras. São Paulo ganhando tudo, títulos atrás de títulos. Difícil um filho teu vir a ser torcedor do Palmeiras, por mais que se influencie.

PTD - O Patrice Rosembaum é diretor do Departamento de Marketing do Palmeiras, e também é amigo de vocês da rádio. Falando agora um pouco sobre a publicidade e o marketing, o que acha que tem de ser feito para atrair novos torcedores?

Domenico -
Com todo o respeito ao Patrice, que eu adoro, mas ele é dentista. Existem diretores de marketing de alguns clubes que não são formados em marketing. Parece que o único que é formado e trabalha com isso é o do São Paulo. Por isso que sempre digo que o Palmeiras precisa virar empresa. Esse clube como empresa, contratar diretores, pessoas profissionais e especializadas no assunto. Com todo respeito que tenho por todos eles, principalmente pelo Patrice que é meu amigo. Se não for formado não adianta.

PTD - O Palmeiras historicamente nunca foi um time que revelou muitos jogadores. O que você pensa das categorias de base. Acha que o Palmeiras têm a possibilidade de revelar mais jogadores do que de costume com um investimento maior nos garotos? Algum recém promovido do atual elenco pode tornar-se solução?

Domenico -
Categoria de base no base no Palmeiras não existe. Tem que pegar, por exemplo, o Evair, o César Sampaio, paguem para eles olharem esses novos jogadores. O futuro de qualquer time de futebol é categoria de base, só que o Palmeiras hoje não tem. Tivemos o Vagner Love, mas infelizmente aquela diretoria o deu de graça, hoje querem de volta e tem que pagar o preço. O Ilsinho não me parece ser o caso do Vagner, mas é um cara que conhece futebol. Primeiro jogo dele no Palmeiras, deu pra ver que ele conhecia de bola. Já tinha que ter feito um contato com ele, não deveria deixar ele vir pro profissional sem renovar esse contrato. Pagavam 35 mil reais para o Lúcio. Precisa esperar ele vir para a vitrine do futebol, praticamente perder o jogador para depois tentar renovar? É assim que funciona. Quando você tem cara que é amador não adianta, complicado.

PTD - O que acha que vai acontecer neste ano? Dá pra sonhar com alguma coisa ainda?

Domenico -
De jeito nenhum. É difícil falar isso em termos de Palmeiras, a única coisa que temos de sonhar é escapar do rebaixamento. É duro e é triste. Não almejo Libertadores, acho muito difícil. A única coisa que pretendo é sair da Segunda Divisão. Em 2002, nunca tinha chorado por futebol e chorei.

PTD - Costuma freqüentar os sites palmeirenses na internet? O pessoal do Palmeiras Todo Dia gosta muito de você, aliás, recebemos e-mails pedindo uma entrevista contigo. Qual é o grau de gratificação que é representar milhões de palmeirenses por um programa de rádio?

Domenico -
Fico muito feliz com isso. Às vezes eu recebo muitos e-mails de torcedores falando que eu sou o único cara que posso falar. Não sou o salvador da pátria, quero ser apenas mais um torcedor. Todas as vezes que eu vou abrir o microfone aqui na Rádio Energia 97, no Estádio 97, eu falo o que penso. Nada que alguém me paute, nada que alguém venha e fale que eu tenho que falar isso ou aquilo. Jamais farei isso, eu falo com o que o meu coração pensa. Eu acesso o site do Palmeiras Todo Dia, e fico feliz em receber esses e-mails pedindo uma entrevista. Graficante, porque no momento difícil temos uma opinião parecida com a maioria dos torcedores. Teve até um dia que li no ar um comunicado de vocês no rádio, foi um dos dias mais tristes, pois estávamos tendo derrotas atrás de derrotas. No mais, isso é um prêmio. Quando recebo algum elogio, uma entrevista de vocês... Isso é realmente um prêmio, juro pra você, fico muito feliz.

PTD - Domenico, foi um prazer imenso ter conversado com você. Espero que possamos trocar algumas idéias mais vezes, muito obrigado. Agora, para finalizar, deixe um recado aos Palmeirenses que lêem o Palmeiras Todo Dia.

Domenico -
Pro Palmeiras Todo Dia quero agradecer, o fato de pessoas terem mandado e-mail pra saber sobre as nossas idéias aqui. Muito legal e obrigado a todos. Agora, nunca desistam. O palmeirense que é palmeirense de verdade ele nunca desiste. Mesmo nos momentos mais difíceis, é um torcedor que acredita. Eu acho que o torcedor que acreditou na Segunda Divisão na época mais difícil, e lotou os estádios em todos os jogos na capital – e eu também estava por lá -, a gente acreditou e conseguimos levantar o time junto com alguns jogadores que foram sensacionais, que eram o Vagner Love, o Magrão, o Marcos, os três maiores destaques. Torcedor palmeirense, não desista. Por mais que seja complicado o momento, existe sempre uma luz no fim do túnel. Acredito que essa parceria venha. Existem ainda pessoas do bem, como o Belluzzo, o Seraphim Del Grande, que pensam no Palmeiras e podem mudar o clube um dia. Um grande abraço a todos. Se não cairmos este ano, ano que vem creio que as coisas tendam a melhorar. Valeu!


Entrevista feita por Emerson Fávaro no dia 12/06/2006

 
 :: Confira abaixo algumas fotos tiradas no dia da entrevista

 

 


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