Entrevistas >> voltar

Afastado dos gramados desde meados de agosto em razão de uma grave contusão no tornozelo esquerdo, o lateral-esquerdo Lúcio bateu um papo com o PTD para falar sobre sua recuperação, sobre sua relação com a torcida, com o técnico Leão e sobre seus planos para o futuro. Confira abaixo:

Palmeiras Todo Dia - Lúcio, é um prazer. Bom, para começar, descreva a sua sensação em vestir a camisa do Palmeiras, uma das mais importantes do futebol brasileiro e até mundial?

Lúcio - Visto a camisa com muito orgulho e respeito, pois foi o clube que me deu chance para mostrar minhas qualidades e, assim, estar na vitrine do futebol brasileiro.

PTD - Você foi muito criticado pela torcida ano passado. Esse ano você melhorou demais, igualando sua performance da Série B - que você jogou muito bem, sendo a revelação, como o melhor lateral. O que aconteceu ano passado? Você não estava muito bem, cá entre nós. Algo estava te atrapalhando?

Lúcio - O problema das críticas é que o jogador de futebol quando está bem, ele é o melhor jogador. E, quando está mal, é o pior. Quando o jogador dá a volta por cima, a torcida volta a apoiar o jogador. Na Série B, as melhores jogadas aconteciam do lado esquerdo. Eu, o Diego e o Pedrinho... Ano passado (2004), teve algumas partidas que joguei mal, sim. Eu sou um jogador que não me restrinjo a tocar a bola de lado e sair na boa, eu gosto de partir pra cima. Alguns jogadores têm medo de fazer isso, o que não é o meu caso. Não deixarei de fazer as coisas por medo da torcida, nunca me escondi de nada. É por isso que às vezes o Lúcio erra passe e a torcida "pega no pé", sou muito acionado em campo e, quando pego, tento levar o Verdão para o ataque sem medo de ser feliz. Adoro quando o Parque está cheio e logo penso: essa é a hora de levar a bola pra dentro dos adversários, porque sei que é disso que vocês gostam.

PTD - Como é sua relação com a torcida em si, não só na arquibancada, mas quando algum torcedor te encontra nas ruas?

Lúcio - A relação com a torcida sempre foi de respeito. O verdadeiro Palmeirense nunca me desrespeitou e sim, sempre me deu apoio total. Sempre quando encontro alguns torcedores nas ruas, eles me agradecem por tudo que fiz. E ainda vou fazer! Os torcedores que tem mente boa viram-se pra mim e falam "obrigado Lúcio pelo que você fez na segunda divisão".

PTD - Você está com um problema de ligamento no tornozelo, foi operado... Quando você sofreu a lesão, os médicos do Palmeiras disseram que com tratamento você se recuperaria, mas você foi ao médico particular e ele diagnosticou uma lesão mais séria. Houve um mal-entendido? Os médicos do Palmeiras não fizeram exames?

Lúcio - A respeito da minha contusão, alguém informou vocês errado. Não foi ligamento e sim uma membrana chamada retináculo, que segura os ligamentos. E quanto ao ligamento, estou ótimo. Os médicos não acharam a contusão logo por conta de um inchaço e do sangue que tinha no local. E isso também foi mentira, não fiz nada com "tal" médico particular que falaram aí. O Palmeiras me deu total apoio. Mas quem tem boca fala o que quer, disseram até que fiz ressonância de meu bolso... não fiz nada, tudo foi por conta do Palmeiras. 

PTD - Em quanto tempo você deve voltar aos gramados?

Lúcio - Me deram três meses, mas da forma que sempre surpreendo, acho que dentro de dois meses e meio ou até menos. Se Deus quiser, e ele quer.

PTD - Como é o ambiente na Academia? Todos os jogadores se dão bem? No início do ano, com o técnico Candinho, diversas vezes surgiram boatos de brigas internas no elenco. Gostaríamos que você nos esclarecesse. O clima entre os jogadores é bom?

Lúcio - O ambiente é tão bom, que às vezes penso que estou na rua da minha casa jogando com meus melhores amigos e irmãos. 

PTD - Com a chegada de novos jogadores como Marcinho, Juninho Paulista, o próprio Gamarra, você acha que o Palmeiras tem chances de ser campeão, ou uma classificação para a Libertadores para este já está de bom tamanho?

Lúcio - Sempre pensei em títulos independentemente das contratações, mas agora se Deus quiser vamos chegar. O ambiente tá muito bom, sempre apostei no grupo e com os reforços que chegaram, só faz aumentar nosso entusiasmo. 

PTD - Qual é a diferença do Leão para os outros técnicos que estavam no Palmeiras? Como é a sua relação com o Leão? O homem é bravo mesmo?

Lúcio - Gosto do estilo dele, ele simplifica bastante. Não dizendo que os outros são ruins, mas o problema é que com ele a bola entra, ele tem estrela mesmo. A minha relação com ele é a melhor possível. Na hora de brincar é brincar; na hora de trabalhar é de muito trabalho.

PTD - Uma pessoa que você se espelha para ter sucesso nos gramados?

Lúcio - Eu sempre me espelhei em meu irmão (Clécio), pois foi ele quem me deu a grande força, total apoio.

PTD - Qual é o seu sonho?

Lúcio - Tento fazer o melhor na minha posição, pois o sonho de todo atleta é pegar uma convocação para a Seleção Brasileira e, conseqüentemente, ir para a Europa.

PTD - Qual foi pra você, a sua melhor atuação com a camisa do Palmeiras?

Lúcio - Em relação a partidas que joguei pelo Palmeiras, tem uma que me destaquei que foi a na Série B, contra o Marília, que foi a arrancada para a primeira divisão. Fiz aquele gol e ofereci a minha mãe, e quase ela passa mal. O Parque tava lotado... Mas teve muitas outras boas atuações. As duas contra o São Paulo na Libertadores, contra o Santos, que dei duas canetas no Robinho e vencemos por três.

PTD - Lúcio, foi uma satisfação muito grande poder ter batido esse papo com você. O Palmeiras Todo Dia te deseja cada vez mais sucesso com a camisa "6" do Verdão. A nossa torcida está na expectativa para que o você se recupere o quanto antes para voltar a dar sufoco nos adversários e, sobretudo, dar alegrias para todos Palmeirenses! Para finalizar, deixe algumas palavras para a torcida Palmeirense.

Lúcio - A mensagem que deixo para os verdadeiros Palmeirenses é que confiem no time e dêem uma força ao Fabiano e ao Michael, ou qualquer outro, porque com a força de vocês é que o time anda. Espero me recuperar o mais rápido possível para dar alegrias ao Palmeiras e a vocês Palmeirenses, que, muitas vezes, enfrentam frio e tudo mais na arquibancada. Um abraço do amigo Lúcio a todos os Palmeirenses. Deus abençoe a todos vocês do Palmeiras Todo Dia. 


Esta entrevista foi concedida dia 16/09/2005


Topo